CEO CONFERENCE BRASIL 2023

O EVENTO

Nos dias 14 e 15 de fevereiro aconteceu o CEO Conference 2023, o principal evento do mercado financeiro brasileiro. Nele, autoridades e agentes relevantes do mercado puderam conversar com os principais investidores do país.

Nosso Estrategista-Chefe, Gabriel Magalhães, esteve presente no evento e pôde construir um resumo dos principais pontos abordados no CEO Conference.

Veja abaixo:

Antes de tudo, o CEO Conference 2023 aconteceu em meio a um clima amistoso, político e com muito consenso, com raras exceções, ou rara exceção.

DIA 01

A princípio, no primeiro dia do CEO Conference, o Chairman do BTG Pactual, André Esteves, bateu um papo com o jornalista William Waack. Dentro dos temas, André se disse meramente surpreso com a preocupação dos investidores globais com a questão ambiental no Brasil. Ressaltando que para a concretização de alguns investimentos será necessário uma observância mais carinhosa do governo sobre este tema.

Além disso, o sócio sênior do BTG Pactual disse acreditar que a aceleração da queda de juros está correlacionada a velocidade da tramitação da Reforma Tributária e na apresentação do novo arcabouço fiscal. André também disse ser consenso no mercado que é justo com a sociedade a taxação de dividendos em detrimento de uma diminuição do IRPJ.

Logo em seguida, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi entrevistado pelo CEO do BTG pactual, Roberto Sallouti. Em um dos painéis mais aguardados do evento, muito em função das marolas geradas através dos posicionamentos do Presidente Lula em relação à política monetária chefiada por Campos Neto, o Presidente do Banco Central disse não acreditar em uma desinflação linear e que uma mudança na meta de inflação pode fazer com que o juro seja substituído pelo dólar como parâmetro de ancoragem. Para Campos Neto, qualquer direção para mudar a meta de inflação não é bom no momento. Em um tom pacífico, Roberto Campos acenou ao Presidente Lula quando disse que o governo ainda não teve tempo hábil para se mostrar. Campos se colocou receptivo ao debate.

Logo após, o Presidente do Senado que também estava presente no evento, ao ser questionado sobre a independência do Banco Central, Rodrigo Pacheco disse que o Presidente Lula “precisa compreender que este é um filho que já foi concebido e que iremos cuidar”. É bom ressaltar que para a troca do presidente do Banco Central antes do fim do mandato, é necessário votação no CMN e depois aprovação no Senado Federal.

Nossos clientes Flávia Campos e Carlos Lahoz, da Pivot
Nossa cliente Anadia Pinheiro, Investidora Profissional.

DIA 02

Do mesmo modo, no segundo dia aconteceu o clássico painel TOP GESTORAS, que reuniu Rogério Xavier, Stuhlberg, Jarkurski e André Esteves.

Os gestores foram categóricos em afirmar que a meta de inflação precisa ser revista. Xavier foi mais enfático, segundo ele a meta de inflação é uma desculpa para justificar os juros altos! Para ele, gestor da SPX, “esses patamares de juros é uma desconfiança da atual política econômica do governo”. Xavier citou que este Banco Central já cometeu uma “barbeiragem” ao trazer os juros para 2% em 2020. Afirmou também que é necessário mais humildade na leitura sobre os erros. Fernando Haddad estava no evento e acompanhou as falas de Xavier.

Logo em seguida, o atual ministro da economia foi entrevistado por Mansueto Almeida, Economista Chefe do BTG Pactual. Haddad adotou um discurso com poucas informações, a impressão foi de que o Ministro não queria se comprometer. Na sequência, quando questionado sobre a tensão com Banco Central, Haddad disse conversar e debater rotineiramente com Campos Neto e pediu menos ansiedade ao mercado para “os espirros que surgem em Brasília”.

Em resumo, o evento me trouxe à percepção de que dificilmente não estamos no pico dos juros, e que a queda do mesmo poderá acontecer ainda ao final deste ano. A reforma tributária parece alinhar o mercado e os políticos sobre sua necessidade, podendo assim acelerar a pauta da mesma para ainda neste trimestre. A isenção dos dividendos tem dias contados.

Por Gabriel Magalhães. Estrategista-Chefe da Aliá Investimentos.

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