Um termo que vem se popularizando no mercado financeiro é o custo de oportunidade.
Mas afinal de contas, o que esse termo significa?
Por Kayo Fraga – C&O e Fundador da Aliá Investimentos
Em linhas gerais, o custo de oportunidade representa o valor associado a uma determinada escolha. Em outras palavras, representa o valor que atribuímos a melhor alternativa quando fazemos uma escolha e renunciamos outras possibilidades. É calculado quase que automaticamente quando precisamos lidar com qualquer decisão na vida, a partir das circunstâncias variadas em que o indivíduo se encontra.
Vamos imaginar a seguinte situação:
No mercado financeiro o termo está ligado diretamente ao processo de escolhas das aplicações, medido a partir do potencial de valorização do seu dinheiro.
Por exemplo, ao comprar um carro novo, o comprador abre mão de investir o dinheiro em qualquer outro ativo, como uma aplicação financeira, em troca dos benefícios que aquele bem proporciona. É a relação entre o bem-estar, conforto e a segurança de andar em um carro novo, entretanto, um bem que tende a perder o valor com o passar do tempo, a investir em uma aplicação financeira que valoriza e traz rendimentos a longo prazo.
O custo de oportunidade é algo intangível. É um processo contínuo de avaliação antes de tomar qualquer decisão.
TIPOS DE CUSTO DE OPORTUNIDADE
Normalmente são quatro os tipos de custo de oportunidade:
Custo de Oportunidade Escondido
O custo de oportunidade escondido é o custo que não está exposto. A consciência do conceito de custo de oportunidade leva à percepção do custo camuflado em cada decisão de investimento.
Custo de Oportunidade Aberto
O custo de oportunidade aberto não leva em consideração o conceito de camuflagem ou o embutimento de custos sob as diversas máscaras contábeis.
Custo de Oportunidade Contábil
O custo de oportunidade contábil é o planilhamento do custo aberto ou camuflado na forma contábil.
Custo de Oportunidade Ambiental
Custo de oportunidade ambiental é o máximo valor que poderia ter sido obtido pelo usufruto de um recurso natural.
Por exemplo, o custo de oportunidade de não desmatar uma área de preservação ambiental para a agricultura seria o que se deixa de ganhar com a atividade renunciada.
AFINAL QUAL IMPORTÂNCIA DO CUSTO DE OPORTUNIDADE PARA O INVESTIDOR?
No mercado financeiro o custo de oportunidade se aplica quando o investidor escolhe diferentes tipos de investimentos em detrimento de outros. Geralmente os investimentos mais rentáveis são os escolhidos, entretanto, os mais rentáveis oferecem um risco maior do que os menos rentáveis.
Para determinar o custo de oportunidade deve-se calcular e comparar a taxa de rentabilidade do investimento que deixou de ser feito.
Isso é importante para saber o valor exato do custo de oportunidade que foi perdido ao não se escolher por determinado ativo.
Para investidores, dois índices são importantes quando se avalia o custo de oportunidade: a Taxa Selic e o CDI.
Vamos a mais exemplos:
Antes de mais nada, podemos ilustrar diversos casos de custo de oportunidade para materializar o conceito, entretanto, uma questão precisa estar clara: por mais contas e contas que sejam feitas, a escolha da “melhor” alternativa será sempre subjetiva. Vai variar de acordo com cada indivíduo, dentro do que ele mesmo identifica como melhor no seu contexto. Vamos aos exemplos:
- Um cliente conta com capital suficiente para comprar um imóvel à vista, mas tem duas opções: adquirir a casa e ficar descapitalizado após a aquisição ou financiar o imóvel em boas condições e, com o recurso que restar, realizar aplicações e pagar as parcelas com o rendimento. Assim, o comprador manteria a dívida, mas, ao mesmo tempo, criaria as condições para o pagamento da aquisição.
- Ao contratar ou demitir um funcionário, uma empresa precisa considerar o custo de oportunidade de mantê-lo, o que envolve muitos cálculos financeiros (produtividade x custos), mas também critérios bastante subjetivos, difíceis de serem mensurados como, por exemplo, os relacionados à convivência no ambiente de trabalho.
COMO CALCULAR O CUSTO DE OPORTUNIDADE?
Não existe fórmula mágica para calcular algo tão subjetivo, entretanto, existem caminhos que facilitam a compressão e auxiliam na decisão. Abaixo alguns exemplos:
- Se houve financiamento na transação escolhida, o custo de oportunidade pode ser dado pelos juros pagos.
- Em um COE (Certificado de Operações Estruturadas), por exemplo, você deve considerar o pior cenário possível e compará-lo com outros investimentos de renda fixa. Se o pior acontecer, qual foi o custo de oportunidade?
- Em renda variável geralmente o mínimo que você precisa fazer é comparar potenciais de valorização com títulos seguros de rendimento projetável. Assim, se a ação ou fundo não der a resposta esperada, o que você estará perdendo?
- Se for um volume alto de recursos e restringir a sua capacidade de investimentos para outras operações, essa limitação deve ser levada em conta. O que você deixará de fazer para investir nesse ativo que está na mira? Leve em consideração todas as escolhas possíveis.
- O dinheiro poderia ser aplicado sem risco? Em caso positivo, quais os investimentos que poderiam ser realizadas?
- Observe o Retorno sobre Ativo da empresa. Caso a perspectiva de retorno com a aquisição de determinado ativo for inferior à média da empresa, é possível que a decisão não seja a mais propícia para a melhoria dos negócios.
Conforme dito anteriormente, o custo de oportunidade para investidores, basicamente é a Taxa Selic e o CDI.
A taxa Selic nada mais é do que a taxa básica de juros da economia brasileira. Investimentos atrelados ao indicador da Selic são os que apresentam os menores riscos, pois eles remuneram os ativos mais seguros do país, os títulos públicos.
O CDI, ou Certificado de Depósito Interbancário, é uma taxa que determina o rendimento anual de diversos tipos de investimento. Em 2021, por exemplo, a taxa CDI do ano foi de 4,42%. O rendimento do CDI também é mensurado mês a mês, pois o índice sofre variações ao longo do ano. É preciso considerar que o crescimento elevado dessa taxa indica que o custo do dinheiro está consideravelmente mais alto, juntamente com os preços e, por consequência, também a inflação. Do ponto de vista de quem tem investimentos atrelados ao CDI, esse crescimento gera otimismo e pode parecer uma notícia excelente, porém, de modo geral, este índice demonstra que a economia não está bem.
TRAZENDO PARA A REALIDADE
Se hoje você possui um recurso líquido de 1 milhão de reais e está em dúvida onde investir o recurso, aqui está um exemplo de custo de oportunidade.
Caso você queira comprar um imóvel para morar com a sua família, o valor não deve visto como investimento e sim como uma despesa, entretanto, há os benefícios intangíveis da materialização de sonhos.
Agora, caso você queira comprar um imóvel para alugar e rentabilizar o seu dinheiro, dentro do período de 1 ano, você deve considerar:
- Vacância – existe a possibilidade de o imóvel não ser alugado em determinado período.
- Inadimplência – Existe a possibilidade do imóvel ser habitado, mas o inquilino não conseguir arcar com o aluguel.
- Despesas como IPTU, reformas e reparos no imóvel.
Agora, vamos considerar investir em aplicações mais conhecidas como a caderneta de poupança e os CDBs de bancos. Abaixo um comparativo entre os rendimentos:
Ao escolher a poupança, tendo como referência os dados econômicos de outubro/22, neste ano teria acumulado em rentabilidade o valor de 61.700 reais. Escolhendo rentabilidades atreladas à 100% do CDI, teríamos um retorno financeiro já descontando o imposto de renda de R$ 112.612,50. Ambos os investimentos têm o mesmo nível de risco. Em outras palavras, ao deixar na poupança eu deixaria de ganhar o montante de 50.912,50, apenas por não estar alocado em um investimento mais eficiente.
Agora voltando ao exemplo do apartamento de 1 milhão de reais para aluguel, a menos que ele renda o valor de R$ 10.719,83 ao mês, você estará perdendo dinheiro.
O QUE A ALIÁ INVESTIMENTOS PODE FAZER PARA TE AJUDAR?
Aqui na Aliá Investimentos, nós assessoramos os nossos clientes a obterem os melhores rendimentos de acordo com cada perfil de investidor. Dessa forma, você terá ajuda para calcular o custo de oportunidade de cada decisão de investimentos.
Durante a jornada da construção de seu patrimônio, iremos propor estratégias de diversificação da carteira, combatendo os riscos e buscando maximizar os lucros.
Quer descobrir qual a estratégia pode render entre 15% a 16% nos próximos dois anos?
Quer ter acesso a estratégia que irá render IPCA+6% nos próximos 2 anos?
Antes de tudo saiba que a melhor estratégia é ter os melhores estrategistas, conte com a Aliá Investimentos para alcançar os seus objetivos.
Clique aqui e agende uma reunião.